quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Nossa visita ao Museu da Maré

Hoje, Francine (estagiária de Sociologia) e eu visitamos o Museu da Maré, no complexo da Maré, Rio de Janeiro, para conhecer o espaço e conversar com os coordenadores dessa iniciativa tão interessante.



A Maré antigamente era uma comunidade de palafitas - toda aquela região era água e foi aterrada (muitas partes da região) pelos próprios moradores. Como em qualquer ocupação, muitas vezes foram expulsos, as palafitas derrubadas, mas as famílias persistiram.



A criação do Centro de Cultura partiu da idéia de formar um Ponto de memória dos moradores, resgatando o passado ora sofrido, por vezes feliz daqueles que moravam por lá. Porém, para que isso acontecesse, os moradores mais antigos tinham que participar da construção. E participaram!

Muitos dos objetos que estão no Museu hoje, incluindo fotos, documentos, brinquedos, quadros entre outros, foram doações dos moradores, o que tornou o lugar mais atrativo para os próprios habitantes da Maré. Segundo a coordenação do Museu, muitas crianças comparecem ao local, escolas da região visitam com frequência, estudantes universitários e, depois que se tornou Ponto de Cultura reconhecido pela Minc - Ministério da Cultura, muitos turistas também visitam com regularidade. O acervo do Museu também é exposto em outros lugares como escolas e outros museus da cidade.



O Museu da Maré, além de ser muito convidativo, é um lugar onde você consegue perceber melhor o que é a Maré, pois transcende a violência que normalmente é vinculada aos noticiários do cotidiano. Muitas fotos que retratam a Maré em 1978 e outras tiradas por Evandro Teixeira compõem a exposição. Mas o que mais chama atenção é a casa de palafita montada no centro do galpão do Museu da Maré. Todo em cor azul e por dentro cor de rosa e mobiliado, é simplesmente o objetoo mais interessante. A água, o aterro, os brinquedos, a folia, os barracos, o medo, o futuro retrados de maneira simples que instiga, que emociona.





Em um outro galpão, de frente ao Museu, fica a confecção da Marias Maré - mulheres que produzem bolsas com as fotos do acervo do Museu e vendem. Com elas não foi possível conversar pois o horário delas já havia terminado.



A visitação terminou num bate papo que aconteceu na administração do Centro de Cultura e foi conversado sobre o projeto Brasil Memória em Rede, o qual o Imac Sobrado Cultural é pólo no Rio de Janeiro e articula com outras instituições para participar da Rede também. (Informações no Blog do Memória em Rede que a Francine escreve - vide links).

O projeto Memória em Rede é coordenado por um conjunto de organizações e o Museu da Pessoa faz parte do executivo. Tem como finalidade o resgate da memória de todas as formas (foto, vídeo, depoimentos...), do nosso país trazendo histórias desconhecidas, conhecidas só pela região, conhecida mas com visões de outros ângulos e propor políticas públicas com base na história das comunidades.

O Museu da Maré foi convidado a participar do BMR por ter o objetivo principal de sua existência uma síntese do que o Memória em Rede propõe. Será uma grande troca de idéias e conhecimento a participação do pessoal de lá.


Desde já agradecemos a recepção dos coordenadores e do pessoal todo de lá que foram muito simpáticos. Pretendemos voltar lá e levar nossos jovens para conhecer o espaço e com certeza, firmar uma parceria bacana com eles.

Um dado curioso!
>> O Centro de Cultura da Maré foi inaugurado dia 08 de maio de 2006, mesma data que o Sobrado nasceu, porém em anos diferentes.

Endereço: Casa de Cultura da Maré - Av. Guilherme Maxwell, 26 – Maré (em frente ao SESI). Telefone: (21) 3868-6748. Como chegar: Av. Brasil, sentido Zona Oeste, entrar na primeira rua após os quartéis da Aeronáutica e do Exército.

Fotos: Juliana Farias

1 comentários:

Marjorie disse...

Olá

Parabéns pela sua iniciativa e pela iniciativa do pessoal do Sobrado.

Espero que seu blog prospere,

grande beijo

del

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